sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Aureola

Lembra daquelas paredes que ergui? Então elas desmoronaram.
E elas nem resistiram à queda, e a queda nem sequer foi barulhenta.
Eu encontrei uma maneira de te deixar entrar, mas eu nunca tive mesmo duvida quando em frente da luz da sua Aureola.

É como se eu tivesse sido despertado, tantas regras eu tive que quebrar, é grande o risco que estou correndo, eu jurei que nunca iria cair novamente, mas eu nem me sinto como se estivesse a cair.
A gravidade não pode esquecer de me puxar de volta para o chão.
I can feel your halo! Sim posso ver sua aureola

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Lenine

Jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver, alguém que você gostaria que, estivesse sempre com você.

Se eu fosse eu

Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase "se eu fosse eu", que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.
Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu, não posso contar. Acho por exemplo, que por certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.
"Se eu fosse eu" parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.
No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos em fim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.

(Clarice lispector)

O meu mar


Eu olho o mar e consigo enxergar Deus,

Olho e percebo o coração da natureza em sintonia com o meu.

A cada batida de ondas nas águas, uma batida no meu coração e um suspiro na ALMA.