terça-feira, 13 de julho de 2010

Eu e a felicidade


E afinal ela quer me entregar ou não quer? Um beijo letal e some no espaço, e afinal de onde vem, será que tem mais também?

Não ouço sinal, ninguém nesse rádio. Ela entrou numa astronave
o seu sonrisal capsular circular sensual de longe chegou habitante de Marte,
depois de morder me deu um soco e assoprou depois de comer lavou suas mãos e enxugou e eu não passo de um brinquedo desmontável, mas no meu quintal desceu essa nave de Vênus e sem explicar eu olhei para baixo e vi no terreiro um
trevo de cinco folhas, que é muito mais raro
e eu entrei numa astronave e sem avental, sem sapato ou gravata flutuei, levitei
muito acima do asfalto, eu e a felicidade, que depois de me ver mostrou seu rosto e acenou. Depois disse adeus e abençoou.
natural é ter um trabalho, um salário, um emprego, nome confiável, respeito na praça, mas afinal o que é felicidade? É sossego nesse mundo pequeno de tempo e espaço, ela só vem dizer que
quem nasceu já conquistou o reino de Deus é um direito
não é um milagre.


(Nando Reis)

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