sexta-feira, 30 de março de 2012

Tá, amor.



Tá, amor, vamos dormir. Ok. Mas me dá boa noite antes. Um beijinho. Mais um, não incomodo mais. (...). Não consigo. Ai, tô hiperativa. Sei lá, sempre me deixa elétrica a hora em que preciso cair no sono só que não vem. Ao invés de contar carneirinhos, numero de trás pra frente os problemas, as contas, as provas, os afazeres. Lembra aquele dia que a gente dormiu abraçado, e eu tive um susto no meio da noite em que era tu, só que não era tu? E daí tu me abraçou ainda mais forte e disse que tudo bem, e deu, como sempre, os mil beijinhos. Alguns no ar, desperdício. Eu gosto. (...) Tá, paro de me mexer. Balançar a perna. Revirar o lençol. Mudar cinco vezes de posição pra depois ficar dois minutos em alguma escolhida pra trocar e trocar de novo. Deu. Agora sim, boa noite. Mas...Escutou esse barulho de ET? (...) Hein, amor? Eu sei que não é nada, não deve ser, mas. Me protege. Eu to com frio agora. Sim, eu podia fechar os olhos bem apertado e começar a viajar dentro desses mil e um pensamentos, mas não consigo. Ele não desliga. É, o cérebro. Saco esses cachorros, isso não é hora de latir, não acha? Ah, eu acho. (...) Já tá dormindo. Eu sei. Só não consigo. Eu vou ficar quietinha agora. Pronto. Nem é tão difícil, não. Me faz um cafuné que eu durmo. Carinho na mão também vale. Cura eu de ser assim sempre inapropriada, me ajuda. Tira da minha cabecinha a milhão por hora todo o peso do mundo. Adormece essa minha vontade de gastar as horas, toca sonífero na minha pressa de viver. Vou olhar uma tevê e já volto, pra ver se pego no sono. Ler um livro. Ou vou nada. Preguiça. Esquenta meus pézinhos nos teus. Deixa eu subir o morrinho do teu peito pra deitar a cabeça mais confortavelmente. Dá a mão. Me cansa. Tá. Te amo. Mais.

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