quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Veja você, onde é que o barco foi desaguar..."


Cheguei aqui querendo escrever uma poesia. Resumir em poucas linhas tudo aquilo que estou sentindo no momento. Acontece que não dá. Não sou poetisa. Poesia é dom que nasce com a gente. Eu nasci com o dom de escrever sobre mim e também sobre os outros, se precisar, de forma nua e crua, detalhada. Ainda não consigo resumir sentimentos, não tenho a delicadeza de expor liberdade citando pássaro. Nem delicada eu sou. Vou e falo. Se parecer confuso é só um espelho da minha alma. Escritora? Não sou. Mas gosto de pensar que quando a barra pesa demais, eu seguro por meio das palavras. Quando eu venho aqui e começo a falar sobre o que sinto, é como se fosse ficando mais leve. As palavras são o meu abrigo, meu abraço, meu beijo de boa-noite, vai ficar tudo bem.

Questionamentos de todos os tipos rondam minha cabeça. É tanto "poderia ter feito isso", "não poderia ter feito aquilo" que você vai ficando desnorteada e quando se vê, desaba. Daí lembro de uma poesia linda do poeta Paulo Leminski, em que ele diz que bem lá no fundo nós gostaríamos de ver nossos problemas resolvidos por decreto! Penso no quanto seria bonito, do bem. Era só pensar com força e "plim", aquele momento não existe mais, pula-se para o momento seguinte, aquele em que são só sorrisos. Comecei a imaginar um mundo onde não houvesse problemas, onde não existe aquela baboseira de que os problemas são para nos fazer crescer. Eu quero um mundo onde eu possa inventar sem parar, ter meus sonhos realizados, minhas obrigações sanadas. Um mundo que se assemelhe a um pôr-do-sol na praia.

Penso no quanto seria bonito, mas ao mesmo tempo o quanto parece impossível e distante. E acho que é por isso que uso o sonho como meu refúgio. Sonhos são tão bonitos, podemos ter tudo aquilo que faz o nosso coração sorrir, somos o que quisermos, fazemos o que nos deixa bem. Sonhos nos deixam mais perto de nós. Somente nos sonhos é que a gente consegue sorrir até mesmo com a possibilidade. São nos sonhos que as coisas acontecem verdadeiramente. A vida real é apenas um impulso para o sonho e é por isso que eu não abro mão do bonito, é por isso que quanto mais a vida me mostra que pode ser feia, eu rebato sonhando coisas bonitas. Tem dado certo. A leveza nos acompanha quando temos pensamentos do bem.

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